27.2.11

 
Busca e apreensão


Quando eles vierem aqui, se chegarem, na hipótese de entrarem, considerando que poderão arrombar a porta e passar da porta (pra que então essa porcaria de PORTA?) e pôr seus malditos pés sobre tudo isto que é NOSSO e que conquistamos com tanto afinco e facas e forças e forcas
estaremos PREPARADOS?

Podem, do nada, quererem nos levar TUDO?

E se já estiverem aqui e uma vez estando, mas, não, eles não estão, mas podem estar ─ quem SABE? Quem pode GARANTIR? ─ e entrar e sair a qualquer hora, a qualquer tempo, sim, achamos que podem, com certeza poderão e se estiverem pra ONDE vamos correr nossos espíritos acovardados cobertos de corpos encobertos de VERGONHA?

Teriam eles, sempre ELES, esses seres(?)-vermes-disfarçados-de-amebas-humanas, o PODER de reroubar o que deles furtamos, estropiamos e emporcalhamos com nosso torto DIREITO penal sem nenhuma PENA?

Seríamos buscados até o INFERNO?

E, acima de tudo e sete palmos e patas abaixo deles, apre(E)nderíamos algo com esta APREENSÃO???

20.2.11

 
Movimentos Mínimos para Deslocamentos Curtos (MMDC)


Nós (melhor não dar nomes) tentamos.

Antes de mais nada, como primeiro passo, resolvemos enfrentar.
Diga-se de passagem, primeiro e grande passo, dado o estado de pastagem a que nos acostumamos.
Mas era preciso (era mesmo?) o segundo.
Se forças que já não tínhamos quase esgotamos praquele, como agora este?
E pros outros que, certamente, quererão (e errarão) vir em sequencia?
Repensamos.
A sós conosco.
Com o eu em si ínfimo de cada um.
Mínimo nenhum.
Quedando-se.
Giganteando-nos menos.
Apequenando-se mais.
A cada dia.
Hora.
Minuto.
Segundo.
Milésimo-de-nós.
Quede vontade?
Determinação?
Garra?
Se de nós nos desgarramos?
Recuamos.
Com orgulho ferido,
gorgulho no peito,
arrulho na voz,
mergulho atroz,
bagulho na alma,
entulho na mente.
Tão-somente.
O segundo passo...
Não dava pra pular pro terceiro?
Emendar no quarto?
Sonhar com o quinto?
Nirvanizar no sexto?
O maldito segundo passo...
Quede mais em nós?
Menos medo?
Vida viva?

Ida ia.

12.2.11

 
Refundação do abismo


A ilusão é um falso chão.

Tão falso quanto este atual não-abismo em que as pessoas insistem em pisar e repisar e eclipsar a realidade, fingindo uma segurança que não há nunca houve sequer jamais existiu, embora já não haja nosso-meu querido abismo que soterraram com suas certezazinhas fajutas baseadas em teoremas mal provados e achismos perdidos.

Quede o não-lugar onde caíamos eternamente livres de nós e de tudo? Grávidos só da gravidade e sua grave leveza. Partindo prum parto às avessas sem data pra cesarianarmos uns aos outros.

Onde esquecíamos o destino-chão final, pois o abismo não cansava de se abismar em si mesmo, deixando os incrédulos abismados e tornando a viagem a sua própria linha de chegada numa sucessão de não-tempos sem paradas, escalas e escolhas.

Quem teve a maldita ideia de tirar nosso não-chão e pavimentar esta barreira sob nossos pés desejosos de perder o peso-tonelada do corpo?

Qual a vantagem de não cair se estamos agora nesta profunda depressão?

6.2.11

 
VirtuAll


Torpedo: “Olá, Y, como vai? Sou o X da festa de ontem. Lembra?”
Torpedo: Torpedo SMS entregue p/ Y (19:03:01 de 10.01.11).
Facebook: Y: “Hoje eu acordei e tomei café com pão.”
Torpedo: “Olá, Y. Recebeu meu torpedo?”
Facebook: Y: “Hoje eu acordei e tomei café com pão.” X curtiu isto.
Torpedo: Torpedo SMS entregue p/ Y (19:08:02 de 10.01.11).
MSN: Y (Disponível).
MSN: X: “Olá, Y, como vai?”
MSN: Y (Ocupada).
Orkut: Y: “Amigos: como várias pessoas estão fazendo, estou saindo do Orkut. Agora, só no Facebook. Me adicionem lá! NÃO quero perder o contato com vocês!!!!”
MSN: X: “Oi, Y. Saiu do Orkut?”
Twitter: Following Y.
Facebook: Y: “Hoje eu acordei e tomei café com pão.” X recurtiu isto.
MSN: X: “Tá ocupada?”
Skype: Instalação concluída com sucesso.
MSN: X: “Sei que deve tá ocupada, mas tava pensando se vc não queria ir hoje...”
Skype: X: (“Como é que funciona esta merda?”)
Facebook: Y: “Hoje eu acordei e tomei café com pão.” X megarecurtiu isto.
E-mail: “Oi, Y, como está? Recebeu minhas mensagens?”

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